Fogo da Verdade

“Eu nunca disse que seria fácil”, diz o Mestre, muitas vezes, quando encontramos desafios no caminho. “Mas é muito fácil”, ele também nos lembra. “Se você é fácil, se torna fácil – se você é difícil, se torna difícil”.

Não há esforço na entrega, quando ela acontece.

Na entrega, caímos no rio da vida. A própria existência está nos levando, fazendo cócegas, nos beijando, nos sacudindo, nos jogando cachoeira abaixo e nos elevando suavemente, nos brilhantes pores do sol das águas pacíficas – nos trazendo para casa, nos trazendo para o oceano.

A verdade é que todos nós estamos no Rio da Vida, sempre. Como não estaríamos?

Mas na entrega, nós permitimos, confiamos que a correnteza irá nos levar. A outra opção é lutar – lutar contra o rio, nadar contra a correnteza, lutar contra a própria vida, contra a existência. É uma perda de energia, mas por alguma razão, este simples insight demora vidas para percebermos.

 

O Mestre foi para a Itália. Como ele estava brincando no último Satsang no Brasil – ele estava entrando no Desconhecido  😉 

Muitos italianos que nunca tinham encontrado o Babaji antes, vieram para as montanhas de Assis para estar na presença do Mestre, junto com um grupo de antigos amigos e buscadores. Todos nós entramos no Desconhecido 😉 – no canto dos pássaros de Assis, nas florestas onde São Francisco entrou em sintonia com a natureza e com a própria vida. Onde São Francisco rendeu-se ao rio – e ao oceano.

Na área onde ele se assumiu perante a sua família, onde ele decepcionou todos os que tinham expectativas com relação a ele, onde ele rompeu com a sociedade – onde ele perdeu a sua reputação – e encontrou a si mesmo.
Onde ele cantou em gratidão no seu leito de morte. Onde ele encontrou aquilo que nunca nasceu e nunca morre.

Aqui. Nestas montanhas de Assis, nesse canto dos pássaros – somos abençoados por sentarmos em Satsang com Swaha. Sentarmos sob o fogo da verdade. Sentarmos com o Mestre, lindo e implacavelmente Vivo, Agora.
Não como uma história segura do passado, que podemos ficar sonhando a respeito e nos sentirmos confortados. Mas como pura Honestidade, disponível – tão disponível – para qualquer coração sedento que queira despertar. Para qualquer alma com o ardente anseio de voltar para casa; para qualquer ser abrindo seus olhos para ver que já estamos em casa, sempre estivemos em casa, o lar é tudo o que há…

Em seu amor e compaixão, ele nos alcança. Ele oferece tudo – para nos ajudar a enxergar, a nos transformarmos.
Que presente lindo e emocionante foi testemunhar o Mestre derramando o seu amor e luz em novos e velhos amigos. Sentado em Satsang, tão vulnerável, e tão forte. Tão desamparadamente entregue à própria verdade. Sem ter nada mais a compartilhar do que Isto.

 

O Mestre estava derramando o seu amor e luz naqueles que estavam prontos para receber, e naqueles que não estavam.

Não é uma história nova que o Mestre, o Ser Livre, o Fogo da Verdade – é provocativo. Que ele sacode o chão para qualquer falsidade, qualquer ilusão, qualquer apego a nossas zonas de conforto. É o amor dele, a compaixão dele – que alcança o real em nós, o nosso ser verdadeiro, nosso coração. Egos podem se ferir. Egos podem assumir a luta contra a própria vida.

O Mestre sabe que isso não é quem somos. O Mestre conhece a beleza do nosso ser verdadeiro, e conhece o cuidado do rio sorridente, o êxtase do oceano. Há tanto amor disponível para nós. Tanto amor. Quando simplesmente nos entregamos. Quando nos soltamos.

… e São Francisco está cantando na canção dos pássaros.