Tornando-se Amor

Nos dias que antecedem o Retiro de Verão, nos reunimos na Dharma Mountain para deixar tudo mais bonito e preparar o lugar, e a nós mesmos, para receber o Mestre.
Estamos juntos – para servir a nossos próprios corações e à beleza que vivemos aos pés dele.

Uma amiga compartilha:

Tem algo que me surpreende de novo e de novo; perceber que apenas nos momentos em que esqueço totalmente de mim mesma, sou realmente feliz.
Estar com um Mestre vivo – servir o que está acontecendo ao redor dele – é o atalho mais delicioso para esquecer de mim mesma; simplesmente estar disponível e fazer o que precisa ser feito.

“Sem devoção, você é apenas um animal de carga.” As palavras são de um poema de uma mística chamada Surdas, e elas tem vindo para mim ultimamente. Essas palavras me tocam, porque eu reconheço a verdade delas em minha própria vida. Sem devoção, tudo o que sou é um animal de carga.

Nos momentos em que me perco em meus próprios problemas, em meus medos de não ser boa o suficiente, nos meus desejos de ser melhor ou em minhas histórias pessoais e traumas – no foco do “eu” – as nuvens e o peso me levam.

Mas de novo e de novo, o Amado Mestre me traz de volta, apenas pela sua presença, apenas estando disponível para eu me perder em amor a ele, em gratidão.
As nuvens evaporam, a lua cheia brilha – e eu estou correndo, pulsando, servindo – com o coração e o corpo cheios de alegria.

Esquecendo do meu pequeno eu, encontro a mim mesma.
Ao me doar ao Amor, eu me torno o Amor.

Cuidando do jardim, limpando e fazendo a manutenção das cabanas, preparando a comida, armando as barracas. Estamos juntos. Meditando, abraçando, rindo, chorando. Como a vida se torna fácil quando estamos simplesmente disponíveis.

De repente, o Amado aparece aqui para nos ver. E que rostos agradecidos ele encontra. No momento em que percebemos como somos abençoados… como somos imensamente abençoados…

Como falar, como descrever?
Apenas curvando-se em gratidão.